sexta-feira, 17 de junho de 2011

Descomplicando a homilética


Descomplicando a homilética

A arte da pregação sempre foi um desafio aos preletores principiantes e também aos já mais experimentados. Afinal, para ser um bom pregador, o conhecimento bíblico mesmo sendo fundamental, não pode ser o único requisito. Faz-se necessário, de igual modo, uma informação mínima em homilética. Apesar de não desejar ser definitivo sobre a matéria, este post visa trazer alguns subsídios ao iniciante pregador em forma de dicas.

 
1)    Preocupamos-nos muito em “prender” a atenção dos nossos ouvintes. A ciência da comunicação afirma que as pessoas se dispõem naturalmente a ouvir o pregador nos primeiros cinco minutos, em media, da prédica. Ou seja, não há necessidade de atrair já no inicio da mensagem uma atenção que o ouvinte já está dando.

2)    Quando estou pregando, para onde devo fixar meus olhos? Já nos fizemos esta pergunta recorridas vezes, mas não existe uma regra definida. Importante é buscar olhar nos olhos das pessoas que nos ouvem, mas não por muito tempo e nem seguidas vezes para a mesma pessoa. Há pregadores que dividem mentalmente a audiência em quatro partes iguais e olham alternadamente para o centro de cada quadrante.

3)    Sobre o que vou pregar hoje? Nenhuma regra pode interferir nesta resposta. O tema e conteúdo de um sermão sempre serão fruto de oração e orientação divina. Como sugestão, e apenas isto, poderia ser recomendado para quem está começando o sistema americano de pregação: O que é? Pra que serve? E como adquirir? Simples; vou falar sobre fé? O que é a fé? Pra que serve a fé? E, como adquirir a fé?

4)    Ainda sobre o sermão. Não poucos pregadores fazem uso de comparações para ilustrar verdades bíblicas. Já dizia o Drº Myer Pearlman que um sábio da antiguidade fez uso da seguinte frase: “Toda comparação manca.” Até as melhores são inadequadas, segundo Pearlman. É válido o uso de comparações em uma mensagem cristã. Todavia, a comparação é como um palito de fósforo para quem está num quarto escuro procurando o interruptor. Ele só serve até ligarmos a luz.

5)    O nervosismo é comum para quem se dispõe a pregar. Mas ele pode ser vencido com oração e com a prática da pregação. Um recurso que pode ser usado é caminhar pela plataforma, isto transmite tranqüilidade por parte do pregador e afasta a insegurança.

6)    É previsível que no decorrer de um sermão, a audiência perderá o nível de atenção e isto não está necessariamente relacionado ao pregador ou ao conteúdo de sua prédica. É natural que o ser humano não consiga manter-se atento por muito tempo. Uma alternativa aqui seria adotar rapidamente um tom jocoso, fazer uma leve descontração, e continuar com a mensagem. A maioria dos preletores tem seus meios próprios de atrair a atenção das pessoas quando ela começa a diminuir, e isto só se adquire com o tempo.

7)    A voz é uma ferramenta do pregador. Cuide dela e use-a adequadamente durante sua pregação. Evite falar no mesmo tom de voz o tempo todo. Faça uso dos recursos da sua voz. As alterações calculadas no timbre vocal, as pausas na fala e as várias entonações devem ser exploradas pelo pregador.

8)    Há pregadores que se ressentem de não serem eloqüentes oradores. No entanto a experiência, a observação e até a história da Igreja tem mostrado que tais obreiros acabam sendo muito usados em sinais e milagres. Isto não é necessariamente uma regra sólida e dogmática, embora seja comum que pregadores que não sejam usados na Palavra o são em operação de milagres.

9)    Há situações em que o pregador é convidado a ministrar a palavra em outras igrejas e congregações que não a sua. Independente do tempo que lhe foi reservado para sua prédica, seria recomendável preparar material a mais para o sermão. Isso facilita a vida do pregador em emergências que possam ocorrer.

10)   O final de um sermão deve ser anunciado com sutileza, mas de forma clara. Ao fim de uma prédica o nível de atenção se torna tão alto como no inicio dela. Neste momento de encerramento é importante salientar os pontos principais da pregação, aqueles que o pregador gostaria que seus ouvintes guardassem. O sermão como mensagem de Deus para os homens que é, sempre deve levar o ouvinte ao auto questionamento. Por isso é recomendável terminar uma pregação com um apelo.

Pablo Geovani

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